Câmara Municipal dá os primeiros passos para a criação do Centro de Memória da Indústria no Palacete do Rei da Farinha
O registo destas memórias realizou-se através da recolha de testemunhos orais, fotografias, documentos e objetos relacionados com três setores industriais importantes para o nosso território: o calçado, a metalúrgica Oliva e a fábrica de lápis Viarco.
A Câmara Municipal apresentou na Casa da Criatividade os primeiros testemunhos de memória industrial que farão parte do acervo do Centro de Memória da Indústria que o Município de S. João da Madeira irá instalar no Palacete do Rei da Farinha.
No âmbito do programa “Memória para Todos”, desenvolvido pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova, a Câmara Municipal levou a cabo, em janeiro de 2020, os Dias da Memória da Indústria de S. João da Madeira, em que se recolheram memórias de todos aqueles que contribuíram para a história da indústria do concelho e que voluntariamente participaram neste programa.
O registo destas memórias realizou-se através da recolha de testemunhos orais, fotografias, documentos e objetos relacionados com três setores industriais importantes para o nosso território: o calçado, a metalúrgica Oliva e a fábrica de lápis Viarco. Na Casa da Criatividade, foi hoje apresentado um vídeo que agregou dezenas de contributos registados em vídeo, em formato de entrevista testemunhal.
O facto de ter sido escolhido este sábado, 1 de Maio, Dia do Trabalhador, para convidar os trabalhadores da indústria sanjoanense a assistir ao resultado do seu contributo, acrescentou um caráter simbólico à sessão, cuja apresentação esteve a cargo do Presidente da Câmara, Jorge Vultos Sequeira, e de Maria Fernanda Rollo, professora universitária e historiadora portuguesa, responsável pelo programa “Memória para Todos”.
Jorge Vultos Sequeira agradeceu os contributos individuais dos ex-trabalhadores, que marcaram presença em grande número na Casa da Criatividade, e realçou a importância que o desenvolvimento industrial do território teve na origem do município sanjoanense. “As trabalhadoras e os trabalhadores, através do trabalho na indústria, forjaram a emancipação do nosso concelho”. Esta identidade industrial da cidade constitui, atualmente, um capital turístico e cultural que veio dar origem ao Turismo Industrial de S. João da Madeira, transmitiu também o Presidente da Câmara.
A primeira edição dos “Dias da Memória da Indústria” contou com a presença de 86 pessoas, que contribuíram para o registo de 75 entrevistas (em formato áudio e vídeo) e de um conjunto variado de dezenas de fotografias, documentos e objetos relacionados com as histórias de vida laborais destas pessoas e com a indústria de S. João da Madeira. Este projeto constitui o projeto #0 (zero) que dará origem ao Centro de Memória da Indústria, que irá ocupar o histórico edifício do Palacete da Quinta do Rei da Farinha.
Maria Fernanda Rollo, na sua intervenção, salientou a capacidade ímpar que os sanjoanenses demonstraram ao longo de todo o século XX, que, apesar do contexto adverso ao empreendorismo implementado pelo Estado Novo, conseguiu criar um ecossistema industrial robusto e sustentável neste território. “Temos em S. João da Madeira uma indústria com passado, presente e futuro”, referiu a historiadora.
Na tela da Casa da Criatividade, Fernanda Rollo apresentou ainda plataforma online onde estão registados e categorizados todos os testemunhos recolhidos em janeiro de 2020, com as entrevistas que foram realizadas na Torre da Oliva, num trabalho desenvolvido por uma equipa de investigadores da Universidade Nova e pelos colaboradores da Unidade de Turismo do município sanjoanense. Neste website, é possível consultar todos os contributos dos ex-trabalhadores das indústrias do calçado, da metalúrgica Oliva e da fábrica Viarco, que participaram neste projeto.
Todos os trabalhadores que estiveram presentes nesta sessão receberam uma pen drive personalizada, contendo o testemunho que prestaram aquando da primeira edição dos “Dias da Memória da Indústria”.
Veja o video AQUI.