Exposição permanente.
A Fábrica Oliva é um ícone na história industrial portuguesa, e assumiu durante um vasto período de tempo uma ação relevante na afirmação e desenvolvimento socioeconómico de S. João da Madeira.
Em 1925, António José Pinto de Oliveira fundou a empresa Oliveira, Filhos & Cª. Ldª, dedicando-se a criar um verdadeiro Império do Ferro que produziu os mais diversos produtos metalúrgicos, nomeadamente, alfaias agrícolas, forjas portáteis, equipamento para a indústria da chapelaria, máquinas de costura, tubos para canalizações, fogões em ferro fundido, ferros de engomar, autoclismos, prensas para bagaço, máquinas para padarias, radiadores e salamandras, equipamento para lavandarias industriais, tornos de bancada, banheiras e lavatórios coletivos, motores de explosão de pequena cilindrada, entre muitos outros.
A empresa tornou-se verdadeiramente conhecida, em Portugal e no estrangeiro, através da máquina de costura OLIVA e de um arrojado plano de comercialização através do qual foram criados centenas de pontos de venda no País e nas ex-colónias portuguesas, todos eles devidamente sinalizados com grandes e luminosos reclamos publicitários da marca.
de 21 de setembro a 25 de maio de 2025
Jo Cope é uma criadora de moda conceptual britânica e os seus sapatos, sempre vermelhos, são ferramentas de ativismo social. Esta artista, designer, investigadora e performer trabalha no limbo entre moda, arte e artesanato. As suas obras são reflexões para um caminho filosófico, em busca do significado mais profundo do calçado.
A artitsa procura inspiração na sua própria vida e identidade e em questões universais e contemporâneas como amor, perda, fé, saúde, idade, género ou sustentabilidade.
Descobriu no icónico ”stiletto” vermelho e na sua simbologia uma fórmula inesgotável de reflexão sobre temas relacionados com o feminino e passa a criar exclusivamente em vermelho.
A audácia conceptual e a qualidade plástica e formal das suas obras que reivindicam que também a Moda se torna Arte através da intenção,
Jo Cope trabalha no cruzamento entre Moda, Arte e Ofício e tem forjado e afirmado o seu caminho no mundo das artes e numa prática multidisciplinar, que mescla escultura, design, fotografia, instalação, performance ou vídeo.
“O Caminho é uma Metáfora” é a primeira exposição internacional a solo da criadora e reúne calçado, instalações e vídeo numa viagem retrospetiva e imersiva ao imaginário de Jo Cope.
de 18 de maio a 27 de abril de 2025
Em Portugal, a ilustração de moda é uma área bastante recente e raramente reconhecida institucionalmente no campo da ilustração e das galerias de arte. Apesar deste cenário, não restam dúvidas sobre a importância do nome de António Soares no panorama da ilustração de moda em Portugal e a sua assinatura simples, a lápis, é facilmente identificável: “António”.
Formado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes do Porto percebeu ainda jovem que o desenho seria a base de todo o seu processo criativo. É quando integra a equipa do CITEX – Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil, que inicia o seu percurso na ilustração de moda.
António começou a assistir aos desfiles da Moda Lisboa e do Portugal Fashion e foi nas lojas do Porto que teve contato direto com o trabalho de designers portugueses. Ilustrou criações de autores nacionais como Alexandra Moura, Luís Buchinho, Nuno Baltazar, Nuno Gama e Luís Onofre e a joalharia de Carolina Curado. Trabalhou diretamente com grandes marcas internacionais como Chanel, Fendi e Karl Lagerfeld. Fez retratos de personalidades da música, ilustrou coordenados e acessórios de moda, cosmética, joalharia, perfumaria, relógios e outros produtos de luxo para a imprensa internacional.
António encontra inspiração no cinema e nas artes de palco, sobretudo na dança, mas também nas obras de arte que descobre na visita a museus. No momento exato de criar, a música é a sua companhia e cada um dos seus traços e pinceladas são induzidos por ela.
Se pudéssemos, invisíveis, espreitar António enquanto trabalha ficaríamos inebriados com o ritmo suave e a pincelada precisa. Um movimento de sedução que nos aprisiona numa teia colorida e nos faz entrar num “hortus conclusos”, onde ansiaríamos ficar para sempre. À maneira da Arte Nova as suas composições parecem procurar a beleza eterna no mundo natural. As suas peças estão repletas de referências históricas como a porcelana, as naturezas mortas ou os elementos arquitetónicos e escultórios da antiguidade clássica. Há um romantismo subjacente a todo o seu trabalho.
de 24 de abril a 29 de dezembro de 2024
No ano em que se comemoram os 50 anos da Revolução do 25 de abril de 1974, o Museu do Calçado junta-se à marcha e celebra o momento mais marcante da história portuguesa do século XX.
A Marcha de Abril conta uma versão da Revolução dos Cravos vista por dentro. Junto ao calçado estão as histórias e as palavras daqueles que marcaram o horizonte revolucionário do Portugal da Liberdade. Esta exposição é mais uma homenagem aos que marcharam e marcham… e escrevem… e cantam… e representam… e sonham a Liberdade, para sempre.
28 junho 2024 — 27 abril 2025
Curadoria: Andreia Magalhães
Cada Ser Vivo é uma Quimera *
A exposição Mutantes reúne animais, plantas e seres orgânicos imaginários a partir de obras da coleção Treger Saint Silvestre. Rãs com asas, dragões, sereias, criaturas dançantes, policéfalas e híbridas, animais-camuflagem e metamorfoses botânicas, são espécies de um outro mundo que agora habitam o Centro de Arte Oliva. Neste “mundo natural” psicadélico e ficcionado, com entes saídos de fábulas, mitos e visões mágicas, é-nos apresentada uma ecologia alternativa que nos faz pensar sobre a nossa própria condição de seres vivos.
Em Porquê Olhar os Animais, John Berger reflete sobre a degradação da nossa relação com a natureza. Em particular, fala-nos sobre a redução dos animais — outrora centrais e não separados da existência humana — à categoria de espectáculo ou produto de consumo, relembrando-nos de como, no passado, “os animais entraram na nossa imaginação como mensageiros e promessas”. Este foi o ponto de partida para Mutantes, que se expandiu naturalmente para incluir a botânica imaginária.
O projeto curatorial foi desenvolvido em colaboração com a equipa de Mediação e Participação do CAO. Durante a permanência da exposição, será instalado no espaço o projeto ‘As Sementes Discordantes de Coisas Desconexas’, que funcionará como um laboratório que abrange um diversificado programa de atividades públicas.
19 outubro 2024 — 9 março 2025
Curadoria: Antonia Gaeta, Astrid Suzano e Sofia Gomes
Ana Vieira: Cadernos de montagem, foca-se na obra de uma das artistas mais influentes da arte portuguesa do século XX, pioneira nas práticas artísticas mais experimentais e expandidas, como a instalação, marcada pelas suas construções cénicas e teatrais. O projeto de montagem pretende estudar, documentar e apresentar um conjunto de obras, juntamente com os respectivos desenhos e anotações realizados pela artista, que fazem parte de um projeto expositivo que tem como objetivo a produção de cadernos de montagem, como forma de garantir a sua preservação e apresentação em futuras exposições.
Com um percurso artístico reconhecido, Ana Vieira (1940-2016) realizou duas importantes exposições, em 1998, no Museu de Serralves e em 2011, na Fundação Calouste Gulbenkian. Postumamente, a sua obra tem sido exposta em contexto nacional e internacional, das quais se destacam a exposição antológica no Centro de Arte Graça Morais em Bragança, em 2017 e a retrospectiva que lhe dedicou o Museu Es Baluard, em Espanha, em 2020.
17 maio — 31 dezembro 2024
Curadoria: Helena Mendes Pereira
A coleção Norlinda e José Lima foi iniciada em Portugal em 1980 por José Lima e manteve, desde o seu início até hoje, um regime de aquisições contínuo, atento à produção artística nacional, pontuando-a com obras de artistas internacionais. Ao longo dos anos, o acervo cresceu e tornou-se um dos mais importantes núcleos artísticos nacionais.
Elevador da Glória reúne obras de trinta artistas portugueses mais jovens, nascidos após 1974, com grande destaque para que nasceram nas décadas de 1970 e 1980. Neste sentido obras mais recentes da coleção, muitas das quais que não se encontram em depósito no CAO, são agora expostas no âmbito deste projeto.
21 outubro 2023 — 30 dezembro 2024
Curadoria: Centro de Arte Oliva
Jaime Fernandes, o artista que começou a desenhar com 66 anos, quatro anos antes da sua morte, é um dos nomes marcantes da arte portuguesa do século XX e foi reconhecido além-fronteiras. Em 2021 o Centro de Arte Oliva realizou a exposição individual Jaime, vi uma cadela minha com lobos que deu a conhecer a sua obra, então dispersa por várias coleções em Portugal e Europa. Um dos resultados da exposição foi a preservação e identificação de vários desenhos, vinte e três dos quais estão em depósito no Centro de Arte Oliva, onde irão ser apresentados alternadamente.
Jaime Fernandes nasceu na aldeia de Barco (Covilhã) onde viveu até aos 38 anos, idade em que foi internado no Hospital Miguel Bombarda (Lisboa) onde viria a morrer em 1969. O artista começou inesperadamente a desenhar quando tinha mais de sessenta anos e estava internado há mais de trinta. Os seus desenhos realizam-se a partir de uma densa trama de linhas, sobretudo criadas a partir de esferográficas coloridas, em que cria um mundo de figuras ancestrais povoado por animais imaginários, figuras humanas e antropomórficas.